Olá, pessoal! Recebemos alguns pedidos no Instagram para falarmos sobre a luxação de patela em cães, após a cirurgia da Maya. Então vou contar como descobrimos este problema na Maya, como foi o tratamento e os cuidados. Como a luxação de patela é um assunto bem complexo, vou focar na experiência que tive com a Maya. Afinal, não sou veterinária e esse blog é uma troca de experiência entre tutores. Pedi ajuda para a veterinária Dra. Mariana Teixeira que me auxiliou em algumas informações para poder passar para vocês.
O que é a luxação de patela em cães?
A luxação de patela em cães pode ter duas origens: ela pode ser congênita ou o cão pode desenvolver por conta de algum trauma. Além da diferença de origem do problema, existem vários graus de luxação patelar e a Maya teve o grau 2. Quando um cão está com luxação de patela, ele pode vir a desenvolver outros problemas articulares por conta do grau da luxação. Nós descobrimos que a Maya estava com luxação de patela, pois ela começou a apresentar muita dificuldade de andar e começou a mancar. Contudo, ela também possui displasia coxofemoral, eu até pensei que fosse isso quando a vi mancando, mas quando levamos ao veterinário vimos que era a luxação de patela.
Luxação de patela em cães é quando o osso do joelho, que se chama rótula, sai do lugar, causando muito desconforto e dor para o pet. O deslocamento do osso pode ser tanto para a parte interna quanto para a externa da perninha. Então é preciso consultar o veterinário para o que seu pet teve.
Diagnóstico
O problema de luxação de patela em cães causa os seguintes sintomas:
- Dor, por isso fica mais parado e deitado
- O cão manca às vezes ou sempre,
- Ele pode retirar a pata do chão para parar de sentir dor.
A Maya mancava e sentia dor na patinha esquerda. Então a levei para o veterinário, lá ele examinou e assim que tivemos o diagnóstico de luxação de patela. Ele observou a forma como ela andava, depois apalpou a perninha da Maya e percebeu que ela estava com uma alteração na patinha esquerda. Foi feito Raio-X da perninha dela e o veterinário teve certeza de que ela estava com luxação. A partir do exame, soubemos também que ela estava com o grau 2 da luxação de patela.
Graus de luxação patelar
Existem 4 graus de luxação patelar em cães que variam de acordo com a gravidade da doença.
- 1: A patela sai do lugar a partir da manipulação pelo veterinário, mas volta ao lugar sem precisar de ajuda.
- 2: Ela sai sozinha sem precisar de ajuda e volta sozinha sem ajuda também. A partir deste grau é indicado que o cachorro passe por cirurgia.
- 3: Neste caso a patela sai sozinha e só volta ao lugar se houver manipulação pelo veterinário. O próprio cão pode também esticar a pata e conseguir voltar a patela ao lugar.
- 4: A patela fica fora do local correto e nem o veterinário consegue fazer com que volte ao local correto. Sendo necessária a realização da cirurgia.
Cuidados com cães com luxação de patela
Quando descobrimos a luxação da patela, vieram medos e incertezas sobre a cirurgia. Vamos operar? Esperar? Tratamento terapêutico é uma opção? Pesquisei muito antes de tomar uma decisão, conversei com vários veterinários e decidimos por começar com um tratamento mais conservador. A Maya começou a fazer fisioterapia e acupuntura com a Dra. Larissa e de fato ajudou bastante. Mas eu sabia que por ela ter Grau 2 da luxação, se não melhorasse teria que fazer a cirurgia. Além disso, a Maya precisou emagrecer, pois estava um pouco acima do peso e isso também afeta a luxação de patela em cães.
Foi recomendado que ela ficasse em um piso que não fosse liso, não subisse escada e não tivesse impacto na pata. Foi necessário restringir o espaço que ela ficava e não podia deixar ela subir no sofá e pros quartos, pois nossa casa é um sobrado. Além disso, ela também não podia sair na varanda, por conta do piso ser liso. A fisioterapia teve uma boa evolução, mas era a Maya fazer algo diferente do normal que ela tinha uma pequena piora.
Após alguns meses de tratamento, a Dra. Larissa nos recomendou refazer o Raio X da Maya e buscar um ortopedista para ver a outra pata dela. Após o exame, o diagnóstico do Ortopedista veterinário dela, Dr. Pedro, e também da Dra. Larissa, optamos por realizar a cirurgia para que ela não sofresse mais e não sentisse mais tanta dor, já que a fisioterapia não estava sendo suficiente no caso dela.
Tratamento
Na grande maioria dos casos de luxação de patela em cães, é necessário realizar a cirurgia, pois a recuperação é difícil para o pet. Por isso, é bom ter um suporte de um profissional para que ele vá avaliando a evolução, se seu pet apresentar acima de grau 2 é necessário realizar a cirurgia. Pois o cão começa a sofrer muito com a dor e o desconforto.
Os tratamentos podem ser realizados de duas formas, a conservadora (se o pet tiver até grau 2) e a cirúrgica. Os tratamentos conservadores envolvem fisioterapia, hidroterapia e acupuntura. A forma cirúrgica é preciso que um veterinário ortopedista avalie o caso para ver se não existe ruptura de ligamento também. No caso da Maya, ela tinha o ligamento rompido e luxação de patela, fazendo com que a cirurgia dela fosse dupla: reconstruir o ligamento e prender a patela dela no lugar.
Há diversas técnicas para esta cirurgia, inclusive com o uso de material externo para estas “amarrações”. No entanto, no caso da Maya, o Dr. Pedro preferiu usar recursos do próprio organismo dela, como deslocar um ligamento de outro ponto que tenha vários filamentos de ligamento para onde tinha o rompimento e assim evitar rejeição do organismo para materiais externos. Essa é uma cirurgia mais invasiva, por outro lado sem riscos de rejeição e necessidade de outra intervenção.
O pós operatório da Maya
A cirurgia dela aconteceu numa quinta-feira e correu tudo bem. Mas ainda foram necessários 2 dias de internação para que se recuperasse um pouco e tomasse medicação venosa. No sábado ela veio pra casa, já andando devagarzinho. Dali em diante foram 15 dias de cuidados específicos do pós cirúrgico:
- Medicação regrada
- Espaço restrito com tapete antiderrapante
- Nada de subir no sofá.
- Uso de colar elisabetano.
- Muito cuidado para que ela não tirasse o curativo da patinha.
A Alimentação dela continuou normal e reforçamos o uso do pó de Neem da TotalNeem, pois sabíamos da ação cicatrizante dele.
Depois de 15 dias, já com o fim das medicações, ela voltou na consulta e tirou os pontos. Agora o cuidado era com o corte, sem alerta para que ela não mordesse, estivesse sempre limpo para desinchar e fechar de vez. Além de limpar com gaze e soro fisiológico, passávamos Loção de Neem 3x ao dia, para acelerar a cicatrização e funcionou super bem, recomendamos!
Com o tempo o pelo cresceu e escondeu a cicatriz. Enquanto os passeios voltaram cerca de 45 dias após a cirurgia, mas de leve, sem se esforçar muito. Até hoje, ela não pode forçar demais e deve evitar ladeiras. Mas leva uma vida normal, saudável e divertida.
E você, já teve alguma experiência com luxação de patela em cães, seja grau 1, 2, 3 ou 4? Comente aqui e vamos aprender juntos!
Escrito por
Fernanda Rabaglio
Mãe do Prince da Maya e "tia" do Leon! Sou designer especialista em redes sociais e me encontrei no mercado pet com o Instagram dos @ursinhoschowchow. Aqui compartilho os aprendizados e experiências com esse trio insano e apaixonante!